ALUNA DE ESCOLA MUNICIPAL DE MONTE ALEGRE VENCE ETAPA ESTADUAL DO CONCURSO DE REDAÇÃO CARTAS

 

O município de Monte Alegre, oeste do Pará, está em festa, com a conquista da estudante Ana Carolina Ribeiro Bezerra, 14, anos, que venceu a etapa estadual do 53º Concurso Internacional de Redação de Cartas. Ela é aluna do 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Antônio Pereira de Araújo, localizada no bairro Serra Ocidental.
O Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens é promovido anualmente pela União Postal Universal (UPU), sediada em Berna, na Suíça, com o objetivo de fomentar a escrita e a alfabetização através da arte epistolar. No Brasil, o concurso é organizado pelos Correios, e incentiva a expressão da criatividade e o desenvolvimento dos conhecimentos linguísticos de crianças e adolescentes.
Com a redação vencedora da etapa estadual sobre o tema “Escreva uma carta para as futuras gerações sobre o mundo que você gostaria que elas herdassem”, Ana Carolina vai levar a premiação R$ 2,3 mil. Já a escola e a sua escola Prefeito Antônio Pereira de Araújo receberá o prêmio de R$ 2,5 mil.
Com a vitória na etapa estadual, Ana Carolina conquistou vaga para a fase nacional, na qual concorrerá ao prêmio de R$ 10 mil.
Em 2023, a estudante Edinayana Sarmento, que na época cursava o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Presidente Fernando Henrique, no município de Monte Alegre, foi a vencedora da etapa nacional do 52° Concurso Internacional de Redação de Cartas. Com a conquista, ela representou o Pará na fase internacional, na Suíça.
Edinayara abordou a temática "Escreva uma carta para alguém explicando quais superpoderes você precisaria para cumprir sua missão". A estudante desenvolveu sua ideia com base nos problemas de segurança para crianças nas diversas vias do Estado, já que em sua localidade as crianças utilizam principalmente os rios para locomoção.
Carta redação de Ana Carolina:

"Queridas gerações futuras,
Vivo em um lugar situado no oeste do Pará, uma área muitas vezes desejada e invejada não apenas por governantes de países desenvolvidos, como indivíduos dos lugares menos prósperos do nosso planeta; devido abrigar imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas e tampouco estudadas. Faço parte da região Amazônica. Diante da minha atual realidade, constantemente penso a respeito de como um ambiente tão rico em recursos naturais, medicinais e hídricos, sobrepõem-se entraves enfrentadas nesta área, que impactam não exclusivamente o território, como também a escala global. Em prol de delimitar os problemas deste espaço, cito como tais a Biodiversidade ameaçada, as mudanças climáticas e os incêndios florestais. Que afetam a sustentabilidade do planeta como um todo, abrangendo suas futuras gerações.
Por viver neste pequeno mundo chamado de Floresta Amazônica, inicio minhas reflexões aqui, já que há um processo de degradação ocorre neste meu local, e apesar de que algumas providências já estejam sendo tomadas, mas por serem mínimas, ainda clamam por solução.
Cito o mundo porque, a Floresta Amazônica, nada mais é do que um pequeno espelho, do que será o nosso planeta no futuro, ou seja, em qual mundo nós gostaríamos que nossas futuras gerações, filhos, netos, bisnetos, vivessem? No que tange as relações humanas, meio ambiente e os demais seres vivos.
Ao analisarmos os problemas enfrentados na região, os garimpeiros na Floresta Amazônica são uma preocupação séria devido aos impactos ambientais e sociais que suas atividades causam. O desmatamento, a contaminação dos rios com mercúrio e os conflitos com comunidades indígenas são algumas das consequências negativas do garimpo ilegal. Portanto, se o humano menospreza as plantas, os animais e os recursos hídricos; qual dificuldade ele terá em menosprezar sua própria raça, em prejudicar seu espelho, seu irmão? através de atos xenofóbicos, racistas e homofóbicos.
Associando as relações que os seres humanos têm com a natureza, e com eles mesmos, recordo-me da tese do filósofo grego: Aristóteles. O mesmo imagina uma sociedade justa onde o homem deveria viver na Pólis e pela Pólis. Contrariamente a essa lógica, o corpo social contemporâneo se vê precário, onde atos absurdos como preconceito e desmatamento são ações cotidianas. Nesse contexto, é necessário falar sobre o impacto da pandemia do coronavírus, que redefiniu o conceito de normalidade, influenciando, como por exemplo, nos relacionamentos, que se tornaram cada vez mais superficiais, voltados à internet e menos nas comunicações pessoais.
A indagação de Richard Rorty, ao proferir: "Que tipo de mundo podemos preparar para os nossos bisnetos?" me fez refletir sobre esta carta, e como eu, em pessoa física, faria deste um mundo melhor para meus futuros descendentes, e afirmo com toda certeza a lógica onde apenas uma consciência boa e um clique poderão mudar o futuro de todos: promover superintendentes que compartilham o mesmo pensamento que eu e milhares de pessoas ao redor do planeta carregamos conosco sobre um futuro digno aos nossos bisnetos.
Faço da minha força, um pequeno grão de areia em uma praia, um pontapé de estímulo para mudar o mundo, ou pelo menos a realidade daqueles que me rodeiam. Sei que os principais movimentos precisam vir de nossos governantes e representantes, aqueles que foram escolhidos por nós, para lutar pelos nossos direitos, pelo nosso país, lutar pela nossa região amazônica. Não foram escolhidos atoa para nos representar, e também para zelar pelo futuro daqueles que vão continuar residindo onde nós vivemos hoje.
Portanto, desejo que vocês encontrem um planeta onde a beleza da natureza seja preservada com carinho, onde as florestas, oceanos e montanhas sejam referenciados como tesouros preciosos a serem protegidos para toda eternidade. Que vocês vivam em uma sociedade onde a empatia seja a força motriz por trás de cada ação, onde a compreensão e o cuidado com o próximo sejam os alicerces de todas as relações sociais.
Contudo, assim como o sociólogo brasileiro, Betinho, redige, "O desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: a igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade".
Grata pela atenção, diligente pelo vindouro."
(Com informações do G1. Republicado no POP/Monte Alegre).

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